A inesquecível Carla Camurati
- UFUPIC
- 9 de nov. de 2018
- 4 min de leitura
09/11/2018 | 23:50
Por - Jackeline Freitas

Imagem do site Terra
Carla Camurati, nascida em 14 de outubro de 1960 no Rio de Janeiro, trancou sua matricula em um curso de biologia para estudar teatro em 1981 e no mesmo ano fez sua estreia como atriz na minissérie “Amizade colorida” da TV Globo.
O seu episodio de estreia denominado “Gatinhas e Gatões” é considerado um dos maiores motivos para o cancelamento da serie. No episodio o personagem de Antonio Fagundes, um solteirão de mais de 30 anos tem relações com mãe e filha - personagem de Camurati.
A atriz ainda fez sucesso em muitas novelas como Brilhante (1981), Sol de verão (1982), Livre para voar (1984) e Fera Radical (1988). Em Livre para voar, enfrentou a dificuldade de interpretar Bebel, uma mulher rica que desconfiando da integridade de seus funcionários se disfarça de Cristina, uma simples funcionária que serve café.
Após um longo período como atriz, Carla se entregou ao desejo de se tornar diretora e para isso começou a produzir curtas metragens. Mas foi em 1995, com 34 anos, que a estreia de seu primeiro longa metragem, “Carlota Joaquina – A Princesa do Brasil”, a mulher retomou o cinema nacional e o conquistou.
Copacabana Filmes e Produções

Imagem retirada do perfil de facebook da empresa
Em 1993 Camurati fundou a empresa “Copacabana Filmes e Produções” com o objetivo de produção e distribuição de filmes. A partir de 2001 expandiu seu leque e iniciou trabalhos com filmes institucionais,campanhas publicitárias, videoclipes e vinhetas para televisão.
Além de “Carlota Joaquina – A princesa do Brasil”, a empresa é responsável por outros grandes nomes como “Copacabana” e “Os últimos dias de Getúlio”.
Carlota Joaquina – A princesa do Brasil

Imagem retirada do site "De olho na ilha"
Com o desejo de que seu primeiro filme fosse sobre a história do Brasil, Camurati iniciou uma longa jornada de estudos e relembrando suas memórias de infância chegou a personagem Carlota Joaquina.
O filme retrata de forma satírica a relação entre membros da corte portuguesa que, na época, estão totalmente presos a colônia (Brasil). Apesar do baixo orçamento o longo conseguiu agradar o público e levantar o interesse sobre cinema.
Tendo estreado Marieta Severo e Marco Nanini, o filme conta com 100 minutos de duração e foi gravado em 3 idiomas (Português, espanhol e inglês).
La serva Padrona

Imagem retirada do site "AlloCine"
Em 1998 Camurati dirige “La Serva Padrona. Baseado na história de Giovanni Batistta Pergolesi, com 63 minutos de duração, estrelando José Carlos Leal (Uberto), Sylvia Khein (Serpina) e Thales Pan Chacon (Vespone) ” o longo se destaca como primeiro filme-ópera do Brasil.
Sinopse:
Em 1733, Uberto é um burguês solteiro, que decide se casar para acabar com a opressão de sua empregada, Serpina. Mas o que ele não sabe é que a própria criada vai se fingir de esposa ideal, com a ajuda do criado Vespone, para tentar conquistá-lo. Filme baseado na ópera bufa de Giovanni Batistta Pergolesi (1710-1736).
Copacabana

Imagem retirada do site "Discogs"
“Copacabana” foi o terceiro filme dirigido por Camaruti, estrelado em 2001 com Marco Nanini como ator principal rendeu alguns prêmios e indicações:
Grande Prêmio BR do cinema Brasileiro - Melhor atriz coadjuvante (Laura Cardoso)
Festival de Cinema Brasileiro de Miami – Melhor ato (Marco Nanini)
Festival de Cinema Brasileiro de Miami – Melhor cenografia
Grande Prêmio BR do cinema Brasileiro (Indicação) – Melhor ator (Marco Nanini)
Grande Prêmio BR do cinema Brasileiro (Indicação) – Melhor direção de arte
Grande Prêmio BR do cinema Brasileiro (Indicação) – Melhor som
Mostrando novamente seu amor pelo Brasil, Carla dirigi o filme cuja a trama é voltada para histórias que acontecem no bairro de Copacabana. Essa é a segunda vez que a diretora trabalha com o ator Marco Nanini.
Sinopse:
Às vésperas de completar 90 anos, Alberto (Marco Nanini) vive uma crise pessoal, em que recorda dos fatos mais marcantes de sua vida, todos eles de alguma forma ligados ao bairro de Copacabana. Enquanto isso, seus principais amigos preparam uma festa-surpresa, dispostos a comemorar mais um aniversário de Alberto.
Festival internacional de cinema infantil

Imagem do site oficial do festival
Desde o nascimento de seu filho, Antonio, em 2003 Carla é uma das diretoras do “Festival Internacional de Cinema infantil”.
Mãe depois dos 40, em entrevista ao vídeo show esse ano, revela que não sabia se conseguiria ser mãe pois por um período de muito trabalho não engravidava de forma nenhuma.
Em entrevista para o blog “Nossa infância” do Estadão, Carla fala sobre a importância do festival na vida dos pequenos.
“Num universo como hoje, com crianças que já crescem com notebooks nas mãos, o cinema é uma ferramenta educacional, que pode oferecer meios muito interessantes de elaboração da realidade, um recurso grande ao professor, com inúmeros conteúdos e formatos.”
No ano passado o festival reuniu filmes de 25 países, e teve programação para jovens de até 17 anos. Além de ter sido aberto, pela primeira vez, em São Paulo.
Theatro Municipal do Rio De Janeiro

Imagem retirada do site "Mapa de cultura RJ"
Em 2007 Carla assumiu a presidência do famoso “Theatro Municipal do Rio de Janeiro” localizado na Cinelândia. Sua liderança foi muito comentado pelos problemas estruturais do teatro e as poucas apresentações durantes seus anos como diretora. Em 2014 acabou deixando o cargo.
História do tempo presente
Depois de um longo período longe da direção de filmes o novo projeto de Carla está em processo de montagem e tem previsão de estreia para o próximo ano. Voltando ao que era o inicio de sua carreira como diretora, “História do tempo presente” fala da história do Brasil, mas dessa vez sem sátiras.
O longa é um documentário que reúne fatos documentados desde o ano de 1989 até a atualidade para contar a história Brasileira. A diretora promete um filme neutro, sem opiniões dela, apenas, como dito anteriormente, com fatos.
*Curiosidade: Carla Camaruti foi a primeira repórter do programa vídeo show.
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