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A dramaturgia nacional nas mãos de Selton Mello

  • Foto do escritor: UFUPIC
    UFUPIC
  • 8 de nov. de 2018
  • 4 min de leitura

Por: Felipe Melo

08/11/2018 | 18:12


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Marco Ruffo, o personagem de Selton na sério "O Mecanismo"

Nascido em Passos, Minas Gerais, em 30 de Dezembro de 1972, Selton Mello é um ator, diretor, dublador, e produtor brasileiro. Começou a trabalhar na TV ainda com 7 anos, em “Dona Santa” (1979), na Rede Bandeirantes. Selton também é músico, tendo participado de uma banda chamada “Vendetta”.


Selton Participou de diversas outras novelas e minisséries na tevê, com destaque para “A Cura”, “Os Normais”, e “A Mulher Invisível”, todas na Rede Globo. Recentemente, foi o ator principal da controversa série da Netflix “O Mecanismo”, no papel de “Marco Ruffo”, um delegado da Polícia Federal. Selton sempre se mostrou um ator extremamente versátil, tendo feito papéis tanto na área do humor, como o personagem “Chicó” em “O auto da compadecida”, quanto em produções de cunho dramático, como o traficante “João Estrella” de “Meu nome não é Jhonny”.


Ele também trabalhou como dublador dos 12 aos 20 anos, tendo dado voz a personagens memoráveis, como Charlie Brown de “The Charlie Brown and Snoopy show”, Daniel Larusso em “Karate Kid”, Kenai de “Irmão Urso”, e Kuzco em “A Nova Onda do Imperador”.


No cinema, Selton estreou em 1990, ainda aos 18 anos, no papel de Renan, para o filme “Uma Escola Atrapalhada”, ao lado de personalidades famosas como Angélica, Supla, e “Os Trapalhões”. Mas foi na pele do nordestino Chicó, em “O Auto da Compadecida”, que Selton Mello demonstrou seu potencial para a atuação e ficou conhecido nacionalmente.



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Chicó, à esquerda, personagem de Selton em "O Auto da Compadecida"

O Auto da Compadecida e Chicó


Na minissérie de 1999 intitulada “O Auto da Compadecida”, baseada no livro homônimo, e com elementos de “O santo e a Porca” e “Torturas de um Coração”, todos escritos por Ariano Suassuna, Selton viveu um dos protagonistas, o nordestino Chicó, no que seria um dos papeis de destaque em sua carreira.


Mentiroso, mulherengo, e covarde, Chicó vive no interior da Paraíba, no vilarejo de Taperoá, com seu amigo João Grilo, durante a década de 1930. Os dois personagens são considerados ícones da literatura brasileira, tendo sido muito bem interpretados por Selton Mello e Matheus Nachtergaele, na adaptação cinematográfica.


A minissérie alcançou enorme sucesso, sendo até hoje uma das produções mais relembradas e premiadas da Rede Globo, tendo sido adaptada para o cinema em 2000. Dentre os prêmios conquistados pelo longa, se destacam o de “Melhor diretor”, “Melhor ator”, e “Melhor roteiro”, no Grande Prêmio Cinema Brasil.


O papel, ainda hoje, representa um marco na vida do ator como ele mesmo diz em um trecho da entrevista que concedeu ao programa “The Noite” do SBT, em março de 2018, “É uma loucura isso cara, por que até hoje, 20 anos depois, as pessoas ainda me param na rua pra falar aquele bordão do Chicó ‘não sei, só sei que foi assim’, e a gente tá falando de 20 anos. Tem gente que até me cobra um ‘Auto da Compadecida 2’ sem saber que foi baseado na obra do grande Suassuna”.


O ator ainda escreveu em uma rede social, na ocasião da morte do escritor Ariano Suassuna "Chicó fui eu, Chicó é Ariano, Chicó é tu. Chicó e João Grilo têm morada no coração dos brasileiros", mostrando o carinho e admiração que mantém tanto pelo autor quanto pelo personagem Chicó.



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Selton, à direita, vivendo o notório traficante João Estrella

Meu nome não é Jhonny


O filme é baseado na vida do traficante João Guilherme Estrella, retratando a entrada do mesmo, ainda jovem, para o tráfico de drogas, e mostrando seu crescimento no mundo do crime, vindo a se tornar um dos maiores traficantes de cocaína do Brasil.


O longa foi um grande sucesso, tendo sido visto no cinema por quase 2 milhões de espectadores, e se mantendo até hoje como um dos filmes nacionais de maior prestígio por parte da crítica. Selton ganhou o prêmio de “Melhor Ator”, pelo papel de João Estrella, em 8 festivais, dentre eles o Miami International Film Festival, e o Brasilian Film Festival of Toronto.


Em entrevista concedida ao “The Noite”, Selton fala sobre a dificuldade de se interpretar um personagem com uma carga emocional tão pesada, “Em ‘Meu nome não é Jhonny’ rolava muito disso, de o João Estrella de verdade estar lá no set presente, a gente trocava uns papos e eu via o jeito dele de agir e de ser, mas não sei dizer se isso era bom ou ruim para a construção do personagem. Ao mesmo tempo em que eu tinha ali uma referência pra construir a minha versão do João, aquilo de certa forma me prendia e retirava um pouco a minha liberdade artística”.



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"O palhaço", filme escrito, dirigido, e estrelado por Selton Mello

O drama pessoal que resultou em O Palhaço


Selton conta que a ideia de “O Palhaço” surgiu após uma crise existencial que viveu em 2009, em que estava insatisfeito como ator e por isso escreveu essa história, que representa um rito de passagem. Recheado com uma carga dramática particular, o papel foi interpretado por Selton após ter sido recusado por Wagner Moura e Rodrigo Santoro por motivos de agenda.


Ele escreveu, dirigiu, e estrelou o filme, que viria a se tornar seu trabalho mais conhecido da atualidade. O longa foi eleito pela ABRACCINE como um dos “100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos” e foi um dos 15 longas brasileiros escolhidos para tentar uma vaga na categoria de “Melhor Filme Estrangeiro” na 85ª edição do Óscar.


O papel do Palhaço Pangaré rendeu ao ator 25 prêmios em festivais nacionais e estrangeiros. Dentre eles se destaca o de “Melhor Diretor Revelação” no Chicago International Festival, e a tripla premiação nas categorias de melhor ator, diretor, e filme no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema.


Atualmente Selton Mello se prepara para dirigir seu primeiro filme em Hollywood, “Cathedral City”, ainda sem data de estreia marcada.

 
 
 

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